Histórico
Na tentativa de se restabeleceram os primórdios dos Municípios do Norte Matogrossense, é forçado retroceder com o estudo até os tempos da descoberta da cédula mater da civilização do Oeste-Cuiabá.
As levas que partiram de Cuiabá para todos os quadrantes, dominando por igual o índio ea natureza, que se rivalizavam em ferocidade exterminadora, escreveram páginas de heroísmo que se lhes poderia atribuir a beleza do horrível. O ouro e o diamante eram os vigorosos estímulos que os impulsionavam à procura de novas manchas: tão logo, os minérios preciosos escasseavam nas catas superficiais, por inperícia ou deficiência de meios apropriados. Dessa fase, iniciada em 1931 são as descobertas de Sant’Ana da Chapada, Sararé, Galera e Arinos.
Conta-se que Antônio Pinheiro de Faria, sertanista ousado, ter-se-ia descoberto ouro nas cabeceiras do Arinos, e para lá, enviou Antônio Almeida Falcão, os seus filhos Paschoal e José, que, de Mato Grosso, procuraram o Jaurú, pelo qual rodaram até sua barra, transmontando, em seguida, o Paraguai. Possivelmente essa penetração, ocorrida em 1745, pisou por primeiro as terras do atual Município de Nortelândia, sem que, entretanto, lhe entremostrassem as gemas preciosas, que foram descobrir bem mais ao norte, no Arraial de Santa Isabel.
Em 1747, Antônio Pinto de Azevedo, igualmente palmilhou essa mesma região, um pouco ao Sul, onde, erigiu o Arraial de Nossa Senhora do Parto, próximo à atual Cidade de Diamantino. Mais uma vez se esconderam aos bandeirantes as minas de Nortelândia, fato que se repetiria por muitos anos. Com a abertura da exploração das minas diamantíferas que se achavam interditadas, descobriram a de São Joaquim, no Rio Sant ‘Ana, franqueada ao público em 1815, esta, já na região de Nortelândia.
A abertura da navegação pelo Rio Arinos ao Pará, ensejou novas incursões pelo município através, das águas do Paraguaizinho e Santana, e que, serviram de estrada natural de penetração para se atingir o afluente amazônico.
Em 1937, aportava à região o baiano José Lúcio de Oliveira (Por alcunha “MACAUBA”), por ser originário dessa Cidade da Bahia, juntamente com seus familiares.
Tomando posse da extensa área de terras, que abrangia, inclusive, a atual sede do município, José Lúcio estabeleceu-se com criação de gado vacum e lavouras. Na sua esteira vieram os demais povoadores: Aparicio Soares, Aderaldo Marques, Apolinário Hipólito dos Santos, Francisco Alves de Andrade e outros, os quais se revelaram as minas de Santana às margens do Rio homônimo, repetindo-se a corrida desenfreada dos garimpeiros, para o novo “Eldorado”.
A corrutela que, de imediato levantaram, ampliou-se em próspero povoado. Dezenas de habitações rústicas, com cobertura de palha, se multiplicaram de improviso, rastreando-se de imediato os comerciantes e as meretrizes, os aventureiros e os capangueiros, dando ao povoado estabilidade à sombra da expansão dos garimpeiros e a outros pontos em que, igualmente, se revelou o diamante econômicamente explorável.
O município foi criado pela Lei nº 712, de 16-12-1953, tendo por sede a antiga povoação de Santana, elevada à categoria de Cidade, sob a denominação de Nortelândia. Teve seus limites retificados pela Lei nº 370, de 31-07-1954.
O nome de Nortelândia foi sugerido pelo autor da Lei de criação do município, depois de ouvidos os principais habitantes da povoação de Santana, visando a perpetuar no topônimo a inestimável cooperação de Nortistas e Nordestinos no povoamento da região.
Gentílico: nortelandense
Formação Administrativa
Elevado à categoria de município e distritos com a denominação de Nortelândia, pela lei estadual nº 712, de 16-12-1953, desmembrado do município de Diamantino. Sede no atual distrito de Nortelândia (ex-povoado de Santana). Constituído do distrito sede. Instalado em 05-02-1954.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999